domingo, 29 de agosto de 2010

Expandir bike é ir contra capital, diz cicloativista - Entrevista no Blog de Sao Paulo. MEIO AMBIENTE.

Presidente da associação de ciclistas da Bahia defende expansões

A bicicleta se tornará o próximo meio de transporte? Por enquanto, no Brasil está difícil, mas graças ao trabalho de gente como Gilson Cunha, 44 anos, presidente da Associação dos Bicicleteiros da Bahia (ASBB), pode-se ter expectativas.

Segundo ele, a associação, criada em 2000, tem hoje quase 7 mil bikers cadastrados, e briga para a integração das ciclovias à mobilidade urbana. Hoje, há duas ciclovias na cidade, mas elas são usadas basicamente para passeio, e não como rota para o trabalho. Tal modificação, afirma Gilson, contrariaria interesses econômicos de grandes grupos.

Leia mais na entrevista com o cicloativista.

Qual a importância de se andar de bicicleta hoje?

A importância é manter a saúde e ver a sua cidade de perto, coisa que não dá para fazer de carro ou de ônibus.

E as vantagens para o meio ambiente?

Só em você andar de bike já diminui a poluição. Quando falamos em saúde, não dá pra separar do meio ambiente. Andar de bicicleta é fazer bem ao mundo. É o meio de transporte mais limpo, não contamina nada.
Hoje, há espaços para a prática do ciclismo em Salvador?

Com muita dificuldade. Temos aqui duas ciclovias, a da orla e uma de passeio, que eu sempre brigo pra ser integrada à mobilidade urbana. Valorizaria muito a sustentabilidade e a vida de cada cidadão.

O que impede a expansão da bicicleta como meio de transporte ativo atualmente?

Os poderes econômicos e fabricantes de automóveis e motos. Hoje, fala-se muito em acidentes e assaltos de moto, mas para avançar mesmo na questão, é preciso ir contra os grandes capitalistas. Ninguém no poder público vai se preocupar com a ciclovia sendo que vai de encontro ao interesse de outros grupos.

Andrés Bruzzone Comunicação

Um comentário:

  1. É crescente o número de pessoas que diariamente utilizam a bicicleta como meio de transporte, ou por necessidade ou por opção, principalmente porque o transporte de massa atualmente é ineficiente em todos os sentidos e se torna caro para um cidadão que sobrevive apenas com um salário mínimo. Torna-se cada vez mais inviável que a locomoção urbana continue a se basear exclusivamente em veículos auto-motores pois simplesmente não há mais espaço para a frota automobilística continuar a crescer. O futuro é o uso em conjunto de alternativas eficientes e a bicicleta como meio de transporte o é. A bicicleta é rápida em curtas distâncias, fácil de guardar e de manutenção barata.
    A bicicleta é uma realidade que veio para ficar e não pode nem deve mais ser vista em segundo plano. Urge a necessidade de uma nova conscientização e a adequação das cidades criando toda a infra-estrutura e regras necessárias para o uso eficiente desse meio alternativo de locomoção assegurando assim o direito do cidadão que opte por usar.
    A experiência internacional demonstra isso. Buenos Aires, Londres, Holanda dentre outros incentivam e asseguram o cidadão a usar a bicicleta como meio de locomoção integrada aos demais meios criando toda a regulamentação e infra-estrutura necessárias a isso. E o Brasil ainda dorme em berço esplêndido?
    O poder público precisa estar atento e em sintonia com essa nova realidade.
    Se o país tem meios e recursos para mudar o curso de um rio (S. Francisco) então dispõe dos mesmos meios e recursos para construir ciclovias, ciclo-faixas e toda a regulamentação necessária para o uso da bicicleta como meio de transporte. Depende tão somente de coragem, boa vontade política e visão de futuro.

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